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Poema e Poesia de Carlos Drummond de Andrade

O tempo era bom? Não era 
O tempo é, para sempre. 
A hera da antiga era 
roreja incansavelmente. 

Aconteceu há mil anos? 
Continua acontecendo. 
Nos mais desbotados panos, 
estou me lendo e relendo. 

Tudo morto, na distância 
que vai de alguém a si mesmo? 
Vive tudo, mas sem ânsia 
de estar amando e estar preso. 

Pois tudo enfim se liberta 
de ferros forjados no ar. 
A alma sorri, já bem perto, 
da raiz mesma do ser. 

em 'As Impurezas do Branco'

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