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Sinopse

Os Contos da Cantuária ou Os contos de Canterbury (no original em inglês, The Canterbury Tales) é uma obra do século XIV escrita por Geoffrey Chaucer, considerado um dos consolidadores e "pai" do idioma inglês. Homem de confiança da corte, Chaucer vai a trabalho a Itália e entra em contato com o embrionário Renascimento, o que o aproxima da obra de Dante e de Bocaccio, influência importante para a composição desse longo poema narrativo, o seu texto mais famoso. A obra descreve a trajetória de 29 viajantes que, saindo de Tabard Inn, dirigiam-se à catedral da Cantuária a partir de Southwark, nas proximidades de Londres, com o objetivo de prestar homenagem ao santuário de São Thomas Becket, um bispo católico assassinado, em 1170, por partidários do rei Henrique II de Inglaterra. Entre os componentes estavam um cavaleiro e seu escudeiro, um mercador em armas, monges, um frade mendicante, uma prioresa, pároco, um vendedor de indulgências, um estudante, alguns profissionais liberais (um médico, um advogado, um jurista), um moleiro, um feitor, um cozinheiro, um marinheiro, um carpinteiro, um tintureiro, um tapeceiro, um marujo, um lavrador e uma viúva de cinco maridos. Durante a viagem os peregrinos iam sendo sorteados para que contassem histórias aos demais: relatos de amor, luxúria, sexo e morte, que teriam inspiração em Boccaccio e que apresentam a realidade social da Inglaterra do século XIV.

Críticas ao livro " Os Contos de Cantuária "

Fonte: PALMIRA F. DA SILVA

Henrique II de Inglaterra foi conde de Anjou e de Poitiers, duque da Normandia e o primeiro rei da dinastia angevina, os Plantagenetas. O seu filho Ricardo I, mais conhecido como Coração de Leão, é uma figura celebrizada na literatura europeia desde 1377, data do poema épico «Piers Plowman», de William Langland que introduz a figura, muito provavelmente lendária, de Robin Hood.

Henrique Plantageneta está igualmente subjacente à obra mais conhecida do «pai» da língua inglesa, Geoffrey Chaucer, Canterbury Tales ou «Os Contos de Cantuária» (disponível para download através do Projecto Gutenberg). Até Chaucer, existiam três idiomas escritos e falados na Inglaterra: o franco-normando, usado pela aristocracia, o latim pelos eclesiásticos e, finalmente, o saxão, comum ao povo. Nos contos, Chaucer consolida o idioma que destronaria o francês, nomeadamente depois do Estatuto de Pleading, de 1362, a partir do qual o inglês passou a ser a língua «oficial» na Grã-Bretanha.

A forma original a que Chaucer recorreu para introduzir a «nova» língua escrita assenta na peregrinação ao túmulo de São Thomas Becket de representantes das várias classes sociais - baixa aristocracia (o Cavaleiro), do clero (entre outros, a Abadessa, o Monge, o Frade, a Freira e o Vendedor de Indulgências), da burguesia (o Mercador, o Médico, o Advogado, o Proprietário e a Fabricante de Tecidos, a impagável Mulher de Bath penta-viúva e peregrina experimentada, que fora três vezes a Jerusalém, rezara em Roma, Bolonha, Colónia e em Santiago de Compostela) e das classes inferiores (como o Moleiro, o Feitor, o Carpinteiro, o Tapeceiro, o Marinheiro, o Cozinheiro, o Camponês e vários outros).

O rei Plantageneta surge nesta história porque foi ele o «criador» do santo, que enquanto seu chanceler, não teve problemas em cobrar ao clero o tradicional imposto de protecção do reino contra invasores, mas se envolveu num conflito de poder com Henrique II depois de este o ter recompensado nomeando-o arcebispo de Cantuária em 1162. Henrique, que mandou coligir o primeiro livro de leis inglês e descentralizou a justiça - dotando os magistrados com poderes de agir em nome da coroa e implementando o julgamento por júri-, determinou igualmente em 1164 que os membros do clero que tivessem cometido crimes de direito comum fossem julgados por tribunais civis e não eclesiásticos.

Thomas Becket, recusou assinar as constituições de Clarendon, «Constitutions of Clarendon», que cerceavam claramente os privilégios e poder da Igreja e diminuiam a influência de Roma na política inglesa. A diatribe entre Becket e o rei, que o papa Alexandre II tentou diplomatica e infrutiferamente mediar, agravou-se em 1170 quando Henrique II resolveu coroar o seu filho homónimo numa cerimónia consagrada pelo arcebispo de York. Becket, que se encontrava fora do país, mal regressou a Inglaterra tratou de excomungar os bispos envolvidos na coroação. Os termos em que Henrique II manifestou a sua exprobração quando soube da nova foram interpretados literalmente por quatro dos seus nobres que em 29 de Dezembro de 1170, entraram na catedral e assassinaram Becket. O irascível clérigo foi canonizado três anos depois por Alexandre II e o seu túmulo tornou-se rapidamente um dos mais populares locais de peregrinação em Inglaterra.

Voltando à obra prima de Chaucer, os peregrinos nela retratados (trinta, incluindo Chaucer) reúnem-se por acaso na taberna do Tabardo (Tabard Inn), no sul de Londres, e resolvem cavalgar juntos. O taberneiro sugere que cada um conte duas histórias na ida e duas na volta, prometendo um opíparo jantar ao melhor narrador. Os contos que resultam são uma crítica muito apurada à sociedade da época que reflectem o equílibrio instável entre a velha ordem feudal, assente no poder inquestionado e inquestionável da Igreja, e uma nova ordem que começava a surgir das cinzas dos cerca de 25 milhões mortos na epidemia de peste negra, aproximadamente um terço da população europeia. Nova ordem que em breve culminaria na revolução cultural e social renascentista.

Comentários


A mostrar os últimos 20 comentários:

Manuel Gomes , 20/03/2022 16:45

Por que motivo não vêm os preços junto com as obras? Este site assim não tem préstimo! Não se pode comprar a partir dele!

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