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Sinopse

Passado em Itália durante a II Guerra Mundial, conta a história de um comandante de bombardeiros, um herói incomparável e matreiro, que está furioso porque milhares de pessoas que não conhece de lado nenhum querem matá-lo. Mas o seu verdadeiro problema não é o inimigo - é o seu próprio exército, que está sempre a aumentar o número de missões de voo que os homens têm de cumprir para completarem a sua comissão de serviço. Porém, se tenta arranjar uma desculpa para ser dispensado das perigosas missões que lhe são atribuídas, viola a Catch-22, o Artigo 22, uma norma burocrática hilariante mas ao mesmo tempo sinistra: um homem é dado como doido se continuar a participar voluntariamente em perigosos voos de combate, mas se apresentar um pedido formal de dispensa é declarado mentalmente são e como tal é-lhe negada a dispensa.
Com o recurso à sátira, ao humor negro, e aparentando uma lógica irrefutável, o livro argumenta que a guerra é uma loucura, que os militares são loucos e, muito provavelmente, que a vida moderna é também uma loucura.

Críticas ao livro " Catch-22 "

Fonte: João Paulo Oliveira

Considere um problema onde todas as alternativas convergem e se anulam, gerando um paradoxo, uma falta de soluções possíveis. Tal situação é um ardil 22. A lógica criada por Joseph Heller fica mais evidente quando o escritor a aplica a histórias específicas. Na mais célebre do livro, Yossarian não quer mais voar em missões, pois acredita que todos estão tentando matá-lo. Para isso, bastaria provar que está louco. Como a preocupação com a própria segurança em face de perigos reais é o prova que uma mente é saudável, então Yossarian não está louco e deve continuar voando em mais missões.

O fabuloso romance de estreia de Joseph Heller, Ardil 22 (1961), fez tanto sucesso na década de 1960 que o termo ardil 22 entrou para a consciência popular e ganhou um verbete em alguns dicionários de língua inglesa. Já é motivo suficiente para considerá-lo um clássico? Pois tem mais, muito mais.

Joseph Heller foi enviado para a Segunda Guerra em 1942, com 19 anos. Voltou para casa com 60 missões de bombardeio no currículo, e a vontade de escrever sobre as loucuras da guerra. Terminar Ardil 22 levou sete anos. Quando foi publicado, a crítica estadunidense demorou em assimilar o perfil altamente original do livro, a abordagem satírica, o humor negro, a lógica imbatível, a nova face do herói que só deseja salvar a própria pele.

Bastou a Guerra do Vietnã para tornar Ardil 22 um símbolo do movimento antiguerra. E o sucesso veio a reboque. Os jovens identificavam-se com Yossarian, o herói com aguçado instinto de sobrevivência, com o desprendimento do moralismo e com a total falta do orgulho militar e patriótico do livro.

A loucura, não só na guerra, mas em todo o mundo moderno, foi muito bem explorada. No livro, Yossarian acusa todos de loucos. Do Coronel Cathcart, o ambicioso oficial que aumenta pragmaticamente o número de missões que cada um deve voar, a fim de se tornar general; ao oficial de rancho Milo Minderbinder, que traduz a essência do capitalismo voraz, chegando ao ponto de bombardear o próprio acampamento para lucrar em negócios obscuros com os nazistas.

O livro é composto por várias histórias hilariantemente absurdas, de um apurado senso de humor e uma ironia irreprimível. Carrega também fortes críticas à frieza e a intolerância dos sistemas dominantes, ao horror e os abusos da guerra, à vitória militar como medida de sucesso e à burocracia institucionalizada.

Além do herói, ou anti-herói, Yossarian, o elenco do livro é rico de personagens que beiram o bizarro, que constroem situações tão absurdas quanto a própria guerra. Montado em estrutura não-linear, Heller fragmenta a história de cada personagem em vários capítulos, possibilitando, ao mesmo tempo, que várias histórias ocorram no mesmo capítulo, e que a mesma história se prolongue por vários capítulos. Em cada passagem um ponto de vista diferente é contado e o leitor vai montando o quebra-cabeça.

O cenário é a ilha mediterrânea de Pianosa, base de um batalhão da Força Aérea dos EUA destacado para bombardear as posições nazistas na Itália durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial. À medida que o livro avança percebemos que o verdadeiro inimigo é a burocracia, representada por um comando militar totalmente indiferente às condições dos seus soldados, graduados e oficiais, chegando ao ponto de banalizar o próprio sentido da vida. O único modo de sobreviver à insanidade é a própria loucura.

Ardil 22 é considerado um dos grandes clássicos do período pós-guerra, tanto pela variedade de temas e a fantástica mistura de humor negro e crítica, que criou uma impressionante sátira da realidade da guerra; quanto pela construção incomum e a narrativa circular, paradoxal e repetitiva de Joseph Heller.

Originalmente, o livro deveria ser chamado Catch-18 (o número 18 significa “vida” na numerologia judaica). No entanto, como Leon Uris havia já publicado Mila 18, também com a temática militar, alguns meses antes, Joseph Heller mudou seu título. Os números 11, 14 e 17 também foram cogitados, mas o nome ficou mesmo Catch-22 (Ardil 22). A repetição do número 2 faz referência ao Déjà vu, outro tema do livro.

Motivo de controvérsias entre os críticos literários quando foi lançado, Ardil 22 conquistou com o tempo o espaço merecido na galeria dos melhores livros do século XX. Foi considerado pela Modern Library o 7º melhor livro de língua inglesa do século, e pela Big Read, da BBC, o 11º romance preferido entre os britânicos.

Fonte: Zeno

Era 1961. A Guerra no Vietnã rolava e as livrarias americanas recebiam em seu catálogo o mais novo romance de Joseph Heller, Catch-22. O livro foi publicado em um período em que a crítica literária dos EUA estava muito acostumada com uma literatura que trazia o "perfeito" sonho americano e fechava os olhos para a guerra, ou seja, a obra de Heller foi de encontro com o molde literário da época e foi desacreditada de futuras edições, desprestigiada pelos críticos e abraçada pelos universitários que se opunham à guerra.

Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o livro conta, com muito bom humor, a história de uma companhia de aviadores. A obra não vai trazer coisas sobre o heroísmo nas batalhas ou sobre Hitler. O centro do romance é nos conflitos internos dos soldados (representados pelo protagonista, Yossarian) e seus superiores. Dentre os temas, podemos citar a sanidade e a loucura, os horrores da guerra, a inevitabilidade da morte, a ineficácia da burocracia e a distorção da justiça.

O livro vai do rolar de rir até romorso posterior do leitor de gargalhar, afinal guerra não tem graça nenhuma. É um livro excelente, porém o tom anedótico de Heller está presente na língua inglesa, que se perde na tradução. 

Joseph Heller conseguiu em seu livro mesclar o cômico e o trágico e fazer sátira e caricatura dos militares.

Comentários


A mostrar os últimos 20 comentários:

Rogério , 11/08/2021 16:32

O livro parece entediante no começo, mas assim que a trama se desenrola torna-se visível a intenção do autor.

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