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o remorso de baltazar serapião

Valter Hugo Mãe

2007

Sinopse

Numa Idade Média brutal e miserável, Baltazar casa com a mulher dos seus sonhos e, tal como o pai fizera antes com a mãe e com a vaca Sarga, fêmeas irmanadas em condição e estatuto familiar, leva muito a sério a administração da sua educação. Mas o senhor feudal, pondo os olhos sobre a jovem esposa, não desiste de exercer sobre ela os seus direitos. Entregue aos desmandos do poder e do destino, Baltazar será forçado a seguir por caminhos que o levarão ao encontro da bruxaria, da possessão e do remorso.
Com um notável trabalho de linguagem que recria poeticamente a língua arcaica e rude do povo, o remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe — autor, entre outros, de o nosso reino, seleccionado pelo Diário de Notícias como um dos melhores romances portugueses de 2004 — é uma tenebrosa metáfora da violência doméstica e do poder sinistro do amor.

Extras

Após o nosso reino (Temas e Debates, 2004), valter hugo mãe apresenta-se em definitivo como um dos valores mais originais da ficção portuguesa. A sua escrita, diferente e propositadamente transgressora, emancipada de estruturas sintácticas ortodoxas (esqueçamos a sistemática supressão das maiúsculas, desde logo na grafia do seu nome), gozando de inerente liberdade poética, procura recriar uma linguagem medieva que se adeqúe à rudeza destas personagens. […] Vencida a estranheza inicial, o remorso de baltazar serapião é para o leitor uma oportunidade de introspecção, de auto-conhecimento, de reflexão sobre enfermidades, malformações, violências, vícios e defeitos, receios humanos que ainda povoam o nosso mundo.
César Freitas, in Edit on Web, 17/04/2007

Estamos naquele território da vivacidade cómica e da heterogeneidade de discursos que Rabelais configurou de acordo com uma regra que Kundera disse ser o princípio fundamental que está na origem do romance europeu: a suspensão de todo o juízo moral.
É, de facto, a esta grandiosa linhagem que pertence este romance de valter hugo mãe (é assim, com minúsculas, que o autor grafa o seu nome). Não é pequeno o desafio; nem é coisa menor descrever as aventuras de um herói pícaro e de toda a sua família, condenados à infâmia. […] O primeiro romance deste autor, o nosso reino, é de 2004. E já aí se entrevia o que agora se confirma: mais conhecido como poeta, valter hugo mãe é no entanto muito mais interessante como romancista.
António Guerreiro, in Expresso, 9/9/2006

valter hugo mãe reintroduz com mestria, segundo um diferente enquadramento textual, uma perspectiva literária abandonada há 70 anos na literatura portuguesa — o naturalismo. […] Com o remorso de baltazar serapião, o autor elevou a plena realização literária o neo-naturalismo já presente em o nosso reino, abrindo um novo horizonte no actual panorama do romance português.
Miguel Real in JL-Jornal de Letras, 1/08/2006

Aquilo com que valter hugo mãe nos arrebata […] não se liga a sintagmas de pernas para o ar ou à escrita sem maiúsculas. Aí, nada de novo. […] Então por que merece ser destacado o novo romance de valter hugo mãe? Porque estamos perante uma obra de invulgar plasticidade literária sem ofuscar a crueza do enredo nem o imaginoso remorso do protagonista. Porque, sem moralismos, as grandes metáforas da violência e do sexo, das tiranias, das solidões, dos medos e silêncios, estão neste livro, mostrando-nos que todos os tempos, do passado ao futuro, têm as suas idades médias. E as suas bestas.
Maria Augusta Silva, in Diário de Notícias, 14/07/2006

Contendo-se nos limites estritos de uma trama alimentada pelo ciúme, potenciado por relações sociais e laborais de dependência de quem tem mais poder e meios, o remorso de baltazar serapião consegue criar de modo notável uma atmosfera de huis clos que vai evoluindo para aquilo que a história prometia: uma imensa e inevitável tragédia onde os mais fracos socialmente só irão perder.
Manuela Barreto in Mil Folhas – Público, 10/6/2006

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